RELIGIÃO

DR. PADRE CRÉSIO RODRIGUES

Mt. 16,13-19 – Festa da fé: Pedro e Paulo

Festa de São Pedro e São Paulo é festa da fé! Sim, festa da profissão de fé no Messias, filho de Deus; fé em Jesus a quem Saulo perseguia. Festa da entrega destes grandes personagens do Cristianismo que nos legaram o tesouro do Evangelho, do Deus que se fez próximo de nós em Jesus Cristo para que nos juntássemos também a Ele sem medo de ser feliz.

Aquele nazareno começou o movimento de renovação ou plenitude da Aliança Divina com a humanidade, os curiosos foram se juntando a Ele com suas desconfianças e interesses pessoais, percebendo que Ele não era um qualquer, parecia mais outro grande profeta dos que faziam milagres; mas ser homem-Deus, não seria demais? Não podiam imaginar tamanha humildade e proximidade dos homens! Pois, eis que aparece o primeiro corajoso inspirado pelo Pai Eterno; Simão rasgou aquele silêncio ante a pergunta desafiadora de Jesus e disse: “Tu és o Cristo, filho do Deus vivo”.

Pedro, o pescador da Galileia, homem rude e impetuoso, espontâneo, sincero e enérgico (Jo. 18,11) proclamou a grande verdade que hoje nos ocupa, nos alegra, nos garante que a esperança transcendente não é vã, que amar não é perder tempo, vale a pena apostar no melhor dos investimentos, invisível aos olhos (1Cor. 2,9).

Saulo de Tarso, o perseguidor rumo a Damasco, homem culto e decidido a levar às consequências rigorosas aquilo que crê… Entregou-se sem reservas perguntando: “Senhor, que queres que eu faça?” (At. 9,6). Paulo professou e testemunhou, entre inúmeras provações, a grande verdade que nos irmana.

Além da fé, a memória destes baluartes do cristianismo, é festa da Igreja que Jesus quis fundar, do jeito que Ele quis, sobre Pedro e seus sucessores, dando a ela a tarefa dos serviços pastorais, mas também o poder ou autoridade suficiente e tão necessária num mundo em desordem, tendente a anarquia, onde muitos se perdem durante a peregrinação terrena. É clássica a lição: Ubi Petrus ibi ecclesia Christi, onde está Pedro e seus legítimos sucessores está a Igreja de Jesus Cristo.

Haverá tentações, as forças infernais combateriam a Igreja. Que forças são estas? O ateísmo, o paganismo, e também os que se dizem cristão e equivocadamente combatem aquela que ao longo do tempo, entre martírios, preservou a fé, a doutrina, os costumes, tradições e ritos do Cristianismo. Pode um galho voltar-se contra seu tronco? Foi o que ocorreu com as Seitas anticatólicas. Muitas delas nascidas por mero interesse de enriquecimento, por orgulho ou culto a própria vaidade, se dedicam a tentar desconstruir a história de dois milênios de fé que os sucessores de Pedro em Roma vêm sustentando.

A Igreja não tem que temer as forças infernais, não tem que mudar sua essência, nem recuar em sua missão, deve anunciar a salvação e continuar instrumento de conversão e santidade para seus filhos, ministrando a Graça. Afinal, a primeira prova de proteção a sua Igreja Jesus a deu salvando Pedro do cárcere (At. 12,7), tutelando o príncipe dos apóstolos, o primeiro na ordem das responsabilidades (Jo. 21,15), cujos sucessores continuaram, desde Roma, dirimindo as questões fundamentais em vista da verdade e da unidade cristã. Como naquela ocasião (At. 12,5), hoje é preciso orar intensamente pelo Papa.

Festa da fé, festa da Igreja instituída na figura de Pedro, é a festa dos fiéis… Sim! Dos fiéis a Jesus até a morte, custe o que custar. Na história há um elenco inumerável de homens e mulheres leais ao Senhor Jesus, o messias prometido, sacrificado, ressuscitado, juiz dos séculos. O martyrologium romanum registra muitos deles, pessoas de vida imolada em defesa da fé, doutrina e costumes que Pedro e Paulo ensinaram; tais personagens sustentaram o mesmo amor a Deus e a humanidade tornando-se modelos de discipulado para todos nós.

Concluo: você, caro leitor, professa qual fé? Qualquer uma inventada na modernidade por homens vaidosos ou aquela que sucedeu de Pedro e Paulo? Você é capaz de sofrer pela fé? Ou basta que sopre algum vento contra pra você mudar de opinião e se entregar às novidades criativas que afastam da tradição apostólica? Pense! Reze! Confesse!

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