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‘O Guardião dos Extremos’ – Ricardo Morais

Waldir Peres, homem com fome de vitória,

Não de uma fome comum, mas de uma que queima,

Que alimenta a alma de um goleiro.

 

É dono de uma aparência modesta, mas digna;

Lindas costeletas e cabelo já em fase de escassez,

Carregando em suas mãos não apenas uma luva,

Mas o destino de um time inteiro.

 

Como um Pegasus, ele alçou voo,

Como um equilibrista na corda bamba do destino,

Como Carlitos, no auge de sua destreza cômica,

Voou e defendeu aquele enorme retângulo,

7,32 metros de largura, 2,44 metros de altura.

 

A torcida atônita percebeu que o arqueiro impávido

Agarrou a bola, sem largá-la, sem fazer uma pose desonesta.

Fez o básico, o mais brilhante,

uma ponte mais elástica que um Baryshnikov.

 

O Morumbi, gigante e imponente,

Silenciou-se em um instante eterno,

O vazio absoluto dominou o campo,

Por segundos, o mundo parou.

 

E então, como um relâmpago após a tempestade,

Explodiu em aplausos, em gritos de euforia.

O estádio inteiro sucumbiu,

Reconhecendo o herói daquele momento,

Aquele que caminha na linha tênue,

Entre salvador e inimigo.

Esta é a história do arqueiro,

 

O guardião dos EXTREMOS.

 

Ricardo Morais é um dos administradores do RIP Futebol Clube – instagram.com/ripfutebolclube. Homenagem ao goleiro Waldir Peres (1951-2017), do São Paulo, que, pelo Campeonato Paulista/1979, enfrentou o Palmeiras, em jogo de fato marcante, dia 17 de junho, no estádio Morumbi (hoje Morumbis): na cobrança de falta de Baroninho, o arqueiro fez uma das defesas mais lindas da história do futebol brasileiro. São Paulo 1 a 0, gol de Serginho Chulapa

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