O abandono de animais é um problema crescente em todo o Brasil, com picos durante períodos de férias.
Novas férias de fim de ano e, com elas, um aumento alarmante no número de casos de abandono de animais. O Brasil, segundo país em número de animais domésticos nos lares, ainda enfrenta grave problema de desinformação sobre a responsabilidade que tutores devem ter com seus pets. Por isso, a Comissão Especial de Direito Animal da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) realiza campanhas educativas para conscientizar a população sobre a importância do cuidado responsável.
O abandono de animais é um problema crescente em todo o Brasil, com picos durante períodos de férias. É importante lembrar que abandonar animais é crime, conforme o artigo 32 da lei federal 9.605/98, com penas de reclusão de dois a cinco anos, além de multa e proibição de guarda. Essa prática cruel expõe os animais a situações de sofrimento, fome, sede, atropelamentos e, muitas vezes, à morte precoce.
Um dos casos mais frequentes de abandono é o de cadelas prenhas. Essas fêmeas são abandonadas em condições de extrema vulnerabilidade, multiplicando o ciclo de sofrimento ao dar à luz filhotes que também ficam desamparados.
“Animais não conseguem sobreviver sozinhos nas ruas. Eles sofrem todo tipo de agressão, passando por fome, frio e depressão. Muitos morrem nos primeiros meses. Abandonar um animal é um reflexo da insensibilidade e do egoísmo humano”, alerta Pauliane Rodrigues, presidente da Comissão.
Pauliane reforça que antes de adotar um animal, é necessário refletir sobre responsabilidades de longo prazo. “Um animal pode viver de dez a 20 anos. Nesse período, ele adoecerá e precisará de cuidados médicos. Você terá condições financeiras e emocionais para arcar com isso? Em caso de mudanças, viagens ou separações, está preparado para incluir o animal em sua vida? Adotar é um ato de amor e responsabilidade. Nunca faça isso por impulso”
Não existem animais de rua. Existem tutores irresponsáveis que os abandonam.
A falta de políticas públicas, como programas efetivos de castração, também contribui para o aumento no abandono. A castração é fundamental para o controle populacional e para prevenir maus-tratos, já que o abandono é, por si só, uma forma de crueldade.
Além disso, o abandono de animais agrava problemas de saúde pública, como a proliferação de zoonoses, devido à ausência de vacinação e controle reprodutivo.
De acordo com o decreto federal 24.645/34, abandonar um animal doente, ferido ou incapaz de se alimentar configura maus-tratos, sendo passível de punição. A legislação federal, estadual e municipal é clara em considerar o abandono como crime.
Além da lei 9.605/98, artigo 32, existe no ordenamento jurídico a lei municipal 9.843/16 que em seu artigo 2º, inciso IV, tipifica expressamente a conduta de abandono de animais, podendo o infrator ser multado.
Ademais contamos com lei estadual que constitui o Código de bem-estar animal de Goiás, lei 21.104/ 21:
Artigo 6º – Para efeitos desta lei, e sem prejuízo das definições e penalidades previstas na lei número 20.629, de 8 de novembro de 2019, entende-se como maus-tratos, abuso ou crueldade praticada contra animais:
I – “Abandonar o animal, em quaisquer circunstancia ou idade, em áreas públicas ou privadas”.
Como denunciar
O crime de abandono, como qualquer outro, exige provas. Sempre que possível:
- Registre imagens ou vídeos do ato.
- Recolha testemunhas ou registros de câmeras de segurança.
- Faça um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima ou em órgãos especializados, como a Delegacia de Meio Ambiente (DEMA).
Em casos de abandono em clínicas veterinárias, os profissionais devem exigir identificação completa do tutor no momento do atendimento. Se o animal for deixado sem retorno, as informações devem ser encaminhadas às autoridades competentes.
Lembre-se: uma crueldade
O abandono de animais é uma das formas mais cruéis de maus-tratos. É um crime contra a vida. Respeite e proteja os animais. Seja responsável e denuncie quem comete esse tipo de crueldade.
A luta contra o abandono é uma luta por justiça e pela vida de seres sencientes que dependem do ser humano para sobreviver. Nunca abandone!
(Informações, sob adaptações: Comunicação)