Morre, aos 77 anos, o ex-vereador Varandão

Eustáquio Lourenço da Silva, que lidava com problemas de saúde, foi vereador na legislatura 2005-2008 por Uruaçu, exercendo mandato popular e com simplicidade.

Varandão: político atuante em Uruaçu – Fotos, inclusive da home: Jota Marcelo/JORNAL CIDADE

 

Eustáquio Lourenço, em mais uma clicada durante sessão da Câmara: trabalho popular

 

Varandão tinha atenção voltada para a zona rural, o emprego e muito mais

 

Folia de Reis: outra particularidade que envolvia Eustáquio (dir.) – Foto: Acervo da família

 

Estar entre os amigos foliões era momento de alegria para Varandão (agachado, à dir.) – Foto: Acervo  da família

 

Natural de Quintinos, Distrito da mineira Carmo do Paranaíba, morador de Uruaçu desde 23 de julho de 1963 – quando chegou ao Distrito do Funil –, Varandão faleceu no domingo 1º de dezembro, e completaria 78 anos dia 18 próximo.

Empresário aposentado do ramo de ferro velho, igualmente foi lavrador, apontador, empreiteiro, madeireiro, corretor, comerciário, e comerciante em outros segmentos.

Tocando violão, cantando, ele era militante assíduo da Folia de Reis, manifesto religioso-cultural de séculos. Apenas namorava e era solteiro por opção, após se separar de Izildina Alves Flores, com quem teve os filhos Leandro e Marcos.

No período final da década de 2010, Varandão conviveu em Senador Canedo, cidade da Grande Goiânia, visando conviver sob transtorno menor com tratamento de saúde, especialmente adversidades envolvendo a próstata. Posteriormente, retornou a Uruaçu, e quis se tornar interno do Abrigo Filantrópico Flor de Acácia, adaptando a uma rotina que o fazia se sentir bem, em relato pessoal espontâneo do mesmo ao autor da reportagem (da mesma forma, algo afirmado por familiares e amigos em ocasiões distintas).

 

Político nato

Persistente, foi vereador por Uruaçu entre 1º de janeiro de 2005 e 31 de dezembro de 2008, após se eleger com 295 votos nas eleições 2004. No exato instante em que soube da vitória, desferiu forte murro no vitraux de casa, quebrou o vidro e, claro, feriu a mão.

Brilhou na Câmara Municipal, sem abandonar a simplicidade, humildade, as brincadeiras em horas certas, por meio de voz serena e gestos curiosos. Homem magro, alto, quando usava óculos escuros lembrava – ainda mais –, o líder da banda The Rolling Stones, Mick Jagger. Também levava o apelido de Cabeludo, devido o cabelo sempre volumoso.

Na Casa de Leis, atuou centrado nas causas populares, a exemplo da infraestrutura (obras em geral, habitação), da zona rural, juventude, educação, geração de empregos e renda. Articulador político experiente, Eustáquio Lourenço pregou união máxima em favor da eleição de deputado estadual de identidade com o dia a dia de Uruaçu. Na ativa, quase viu esse projeto ser vitorioso, no ano 2006, com Lourencinho, seu amigo íntimo.

Presidente do PP durante algum tempo, se destacou politicamente como um dos elos centrais da área entre Uruaçu e Goiânia/Brasília, inclusive reivindicando e conseguindo benefícios para o Município, na segunda metade dos anos 2000, face a grande ligação que tinha com aliados – entre os quais, Lourencinho, vereador contemporâneo, que se elegeu prefeito da cidade nortense no pleito 2008; primos dele, Baltazar Lourenço Cardoso (Zá) e Aleomar Sebastião Lourenço (Danurinha), também ex-vereadores e atuantes na Prefeitura uruaçuense; Mauri Lemes (empreendedor e ex-secretário municipal da Pasta da Agricultura e Pecuária), o mais tradicional presidente do partido em Uruaçu, cargo que exerce novamente na atualidade; Sérgio Ramos Caiado, então presidente estadual do PP, ex-deputado federal e integrante do Governo de Goiás; Roberto Balestra (e outros nome da família), ex-deputado federal, ex-secretário estadual; Sérgio Lucas, então assessor jurídico do diretório estadual do PP; e, Alcides Rodrigues, ocupante de vários cargos, com notoriedade maior para os de vice-governador, governador e congressista.

Na disputa de 2008, conseguiu 288 votos, mas ficou na suplência, e permaneceu ajudando o Município em ações esporádicas. Antes, em 2000, havia contabilizado 177 votos, enquanto no ano de 1996, arrebatou 135 votos. Sempre pelo Partido Progressista, defendido com fervor, seguindo efusivamente os princípios da agremiação.

 

(Jota Marcelo)

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