PAINEL CULTURAL

DR. ABILIO WOLNEY AIRES NETO

‘A cidade de Ana : Anápolis’ [Capítulo XVII – MEIOS DE COMUNICAÇÃO E A IMPRENSA LOCAL ‘[22’

[Em diferentes edições e capítulos, o JORNAL CIDADE publica ‘A cidade de Ana : Anápolis’, livro do articulista Abilio Wolney Aires Neto, lançado pela editora Kelps (Goiânia-GO.), em 2017

Anápolis retratada em capítulos nesta coluna – Imagem: livro

XVII – MEIOS DE COMUNICAÇÃO E A IMPRENSA LOCAL [22

Tomando-se como referência, os fatores econômicos, populacional e cultural de Anápolis, a imprensa escrita no Município é um elemento díspar e não se equilibra com o desenvolvimento de outros centros de igual ou menor porte. Apenas dois jornais locais circulam na cidade, ambos com edições semanais: O Anápolis e o Jornal da Cidade. Há duas revistas com periodicidade de circulação a intervalos irregulares, a Imagem Atual, fundada em 1986 e cuja primeira edição circulou em abril daquele ano, completando agora o seu 52° número. Seu editor era Sebastião Guimarães.

O jornal O Anápolis é o que tem um fôlego mais amplo de durabilidade. Seu primeiro número foi às bancas em 31 de março de 1935. Os fundadores do CRA – Clube Recreativo Anapolino, Manoel Gonçalves Cruz, Luiz Caiado de Godoy, Orlando Mota e Sebastião Guimarães, resolveram fundar um jornal próprio da entidade e surgiu O Anápolis. Em seguida o jornal passou à propriedade de diferentes grupos, até que, em 31 de outubro de 1970, encerrou suas atividades. Em 1982, retomou circulação sob a direção do jornalista Dilmar Ferreira.

De data mais recente, enumeram-se Correio do Planalto e a Gazeta Popular. O Correio do Planalto foi fundado pelos jornalistas Haroldo Duarte e Godofredo Sandoval Batista, com início de circulação a 22 de fevereiro de 1974. Em 1979, foi transferido a outro grupo empresarial e depois de cinco anos, a 30 de outubro de 1984 – encerrou atividades. A Gazeta Popular pertencia à Planep – Planalto Empreendimentos e Promoções, sob a condução dos jornalistas Haroldo Duarte, Luiz Carlos Mendes e Godofredo Sandoval Batista. Circulou de dezembro de 1983 a outubro de 1991.

Entre os jornais que circulam em Anápolis ao longo de sua história, enumeram-se: A Luta, de Antônio Gomes Pinto, a partir de 1931; o X, fundado por Adahyl Lourenço Dias e Waldemar Borges de Almeida, tendo circulado de 30 de setembro de 1931 a dezembro de 1936; O Verbo, fundado por Jarbas Jayme, com sua primeira edição a 15 de setembro de 1931 e última em abril de 1932; Frente Popular, iniciativa de Aluízio Crispim e dirigido por Washington Barbosa; A Imprensa, fundado em 1953 por Lincoln Xavier Nunes que depois transferiu sua propriedade a Eurípedes Gomes de Melo; Tribuna de Anápolis, fundado em 1956 por Sebastião Pedro Junqueira com a participação de seus filhos Osair, Moacir e Iron.

Outros periódicos que merecem registro: O Coralete, de Jonas Duarte (1932); Correio Goiano, fundado por Adalberto Pereira da Silva e Basileu Pires Leal (1933); O Município de Anápolis, órgão oficial do Poder Municipal, fundado pelo prefeito Carlos de Pina (1949); A Bola, fundado por José Maria do Nascimento Júnior, era um jornal de esportes (1953); A Notícia, fundado pelos irmãos Lourenço Dias e depois vendido a Lincoln Xavier Nunes; Jornal de Anápolis, fundado em agosto de 1955, sob a direção de Alexandre de Morais; O Cascavel, fundado por Expedito Versona Delacroix; O Democrata, fundado em 1° de março de 1957 por Joaquim P. Filho.

De cunho literário, beneficente, partidário ou amadorístico, citam-se: O Operário, O Combatente, o Arauto do Rei, União Escolar, O Batalhador, Independente, O Líder e o Goiá, entre outros.

A extinção de jornais como o Cinco de Março e Folha de Goiaz representou para Anápolis o fechamento de um capítulo marcante na história do jornalismo local, pois que neles a cidade dispunha de páginas exclusivas com conteúdo informativo e noticioso. Sucursais como as de O Popular e o Diário da Manhã são algumas das mantidas atualmente em Anápolis, ambas com corpo de reportagem e cobrindo a noticiário local. O Diário da Manhã circula com uma página diária sobre Anápolis. O jornal Correio Braziliense tem uma sucursal em Anápolis com mera finalidade comercial, mas sem quadro jornalístico local.

 

RÁDIO, TELEVISÃO E PROPAGANDA

 

O complexo de radiodifusão e televisão de Anápolis é composto por quatro emissoras de rádio AM e igual número de FM, e mais a TV Tocantins – canal 7.

Pioneira no sistema local, a Rádio Carajá foi inaugurada em 17 de julho de 1946. Segue-se a Rádio Imprensa que iniciou suas transmissões em 31 de julho de 1959. A São Francisco começou a operar em 02 de novembro de 1965, vindo a seguir a Rádio Manchester, inaugurada a 19 de agosto de 1989. Todas essas emissoras operam também na faixa de FM, sendo a pioneira a Rádio São Francisco que entrou no ar no dia 25 de março de 1975. Em 1988, a Rádio Imprensa inaugurava a 100-FM, que iniciou suas transmissões no dia 29 de abril daquele mesmo ano. A Rádio Tabajaras, que pertence ao Sistema Carajá, transmite desde 10 de março deste ano. A Rádio Manchester opera a sua FM desde setembro de 1992.

A Rádio Carajá-AM na frequência de 770 KLZ, com prefixo ZYH-745, com potência de 5.000 wats; a Rádio Imprensa – AM é sintonizada em 1030 KLz, ZYH-746, 10.000 wats; a Rádio São Francisco – AM tem a frequência de 670 KLz, prefixo ZYH-747, 5.000 wats; a Rádio Manchester – AM opera em 590 KLz, com prefixo ZYH-798, com 10.000 wats. FM – São Francisco é sintonizada em 93,3 Mhz,ZYC-541, 10.000 wats; 100 – FM em 100,4 Mhz, ZYC – 546, 10.000 wats; a Rádio Tabajaras – FM tem a sintonia de 91,5Mhz, prefixo ZYM-996 e 1.000 wats; a Manchester – FM em 93,3 prefixo ZYC-549, com potência de 1.000 wats.

A Rádio Carajá de Anápolis opera também em Ondas Curtas, na frequência de 4.885 Khz em 60 metros. É a segunda emissora a ser implantada no Estado de Goiás, precedida apenas pela Rádio Clube de Goiânia.

 

TELEVISÃO

 

A TV Tocantins opera para Anápolis e região, alcançando mais de 50 cidades. São processadas emissões locais e para o Vale do São Patrício e Norte goiano. A emissora foi inaugurada em 18 de setembro de 1980. Nesses 12 anos, a emissora modernizou seus equipamentos alcançando uma nova fase, a partir da instalação de seu sistema irradiante no morro do Cachimbo, com uma das mais altas torres do Brasil Central. A TV Tocantins recebe, via satélite, a programação da Rede Globo e mantém seis programas locais. É a única emissora de TV de Anápolis, operando o Canal 7.

Através de repetidoras, a TV Tocantins atende às seguintes localidades no Estado de Goiás: Goianápolis, Leopoldo de Bulhões, Silvânia, Pirenópolis, Goianésia, Barro Alto, Uruaçu, Estrela do Norte, Santa Tereza, Formosa, Minaçu, Araguaçu, São Miguel do Araguaia, Porangatu, Mutunópolis, Mara Rosa, Campinorte, Santa Terezinha, Crixás, Itapaci, Ceres, Rialma, Carmo do Rio Verde, Uruana, Rianápolis, São Francisco, Santa Rosa, Petrolina, Itauçu, Ouro Verde, Araçu, Inhumas, Nova Veneza, Nerópolis e Brazabrantes, entre outras.

Outras estações de TV captadas em Anápolis através de repetidoras: TV Anhanguera, canal 2 – Goiânia; TV Goya, canal 4 – Goiânia; TV Serra Dourada, canal 9 – Goiânia; TV Brasil Central, canal 13 – Goiânia. Essas emissoras transmitem as programações da Globo, SBT, Record e Bandeirantes, respectivamente. É captada também a Manchete, canal 11 – Brasília (DF).

 

PIONEIRISMO

 

A história da radiofonia em Anápolis passa pelo empirismo. A primeira experiência foi feita numa estação radioamadora na década de 30, instalada por Bráulio Vitoriano. Na década seguinte, a 1° de setembro de 1942, Abelard Velasco instalou, no segundo pavimento do Cine Imperial (atual Cine Roxy) a Amplificadora Cultural de Anápolis, que era captada nos rádios locais. A nível profissional a Rádio Carajá foi uma iniciativa de João e Ermetti Simonetti. Até a década de 70, existiam em Anápolis mais duas emissoras: a Cultura e a Santana que foram declaradas peremptas pelo Governo Federal.

 

PROPAGANDA

 

A propaganda se desenvolveu de modo qualitativo e expansivo em Anápolis, nos últimos anos. Essa constatação é dedutível do número de agências de publicidade existentes na cidade. Em 1990, havia seis empresas do setor. Na atualidade, são 26. O nível qualitativo dos trabalhos produzidos é compatível com os dos grandes centros brasileiros. Essas empresas investem cada vez mais em aparelhamento e reaparelhamento.

Os trabalhos das agências publicitárias de Anápolis estão voltados para o público em geral e para rádio, televisão, jornais e revistas. Entre as principais, citam-se: Intercom, Pont Line, Arte em Movimento, Theorema, Stampa, RR Propaganda, Public, Sm – Produções, Mathias, Movimento – Engenharia e publicidade, Fokus Brasil, La Mason Design, Aploub, Moara Publicidade.

 

TELÉGRAFO E TELEFONIA

 

Com rápida e agressiva marcha ao progresso, o desenvolvimento de infraestrutura foi pujante em Anápolis, desde sua fundação: pioneirismo municipal marca também a história do Estado. A instalação do telégrafo, ocorrida em 1926, demonstra essa ocorrência. A linha telegráfica só chegava até Corumbá. O intendente Graciano Antônio da Silva (coronel Sanito) propôs o novo benefício. O governo do Estado fez a doação dos fios, cabendo à municipalidade a instalação dos postes. Como os cofres públicos da cidade não tinham, à época, recursos suficientes, Sanito foi a Corumbá e conseguiu com o intendente daquela cidade, o posteamento até o rio Capivari. Anápolis fez o complemento, para isso recorrendo à contribuição popular.

Antecedendo ao telégrafo, já no ano de 1879, os moradores de Antas pleiteavam a criação dos Correios. Entretanto, tal benefício só veio a se concretizar em 1890, com o transporte de malas postais até Pirenópolis e vice-versa, três vezes por mês. A 2 de dezembro de 1931, o avião que fazia o transporte postal Goiás/São Paulo e vice-versa aterrissou pela primeira vez nessa cidade. O serviço postal de Anápolis passou a dispor do CAN – Correio Aéreo Nacional, cujo avião aterrissava às quartas-feiras na cidade, entregando e coletando correspondências. No município, a aviação aérea comercial teve início com a Aerovias Brasil, cujos aviões passaram a operar em Anápolis a partir de junho de 1943.

A primeira empresa telefônica a funcionar no Estado de Goiás foi a de Anápolis. Desde a década de 30, pretendia-se a instalação do serviço telefônico nesta cidade. O prefeito José Fernandes Valente foi quem concretizou tal benefício, trazendo para a cidade o empresário do ramo de telefonia, Washington de Carvalho, que instalou os primeiros aparelhos pelo sistema de magneto manual, em 1940. De imediato, funcionaram 50 telefones, depois chegando a 100. Em dezembro de 1954, o vice-governador Jonas Duarte, no exercício do Governo de Goiás, enviou à Assembleia Legislativa Projeto de Lei autorizando a instalação de telefones automáticos em Anápolis. Para isso, a Prefeitura encampou a empresa que pertencia até então a Washington de Carvalho.

 

[22 Revista Imagem Atual – Castro Alves Ribeiro

 

[Continua na próxima postagem quinzenal, com a publicação do Capítulo XVIII

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