PAINEL CULTURAL

DR. ABILIO WOLNEY AIRES NETO

‘A cidade de Ana : Anápolis’ [Capítulo IV – Contribuição estrangeira: os primeiros imigrantes

[Em diferentes edições e capítulos, o JORNAL CIDADE publica A cidade de Ana : Anápolis, livro do articulista Abilio Wolney Aires Neto, lançado pela editora Kelps (Goiânia-GO.), em 2017

 

IV – CONTRIBUIÇÃO ESTRANGEIRA: OS PRIMEIROS IMIGRANTES

 

OS ÁRABES, SÍRIOS-LIBANESES E MAIS IMIGRANTES

 

Foi no século passado que os primeiros imigrantes estrangeiros começaram a marcar sua presença em Anápolis, com o ingresso dos árabes.

Segundo os registros, entre 1870/1875, Joaquim Esper chegava como primeiro estrangeiro ao município. Na atualidade, os árabes e seus descendentes formam o maior contingente; sírios, libaneses, palestinos, egípcios, jordanianos, argelinos e líbios.

 

Fundadores da Colônia Síria de Anápolis

 

É marcante a contribuição deles, sobretudo os sírios-libaneses, no setor comercial, particularmente no lojista, como também nas vendas atacadistas em secos e molhados e na indústria de beneficiamento de cereais. Depois, seus descendentes ingressaram na vida cultural e em outras atividades.

Ingressaram também na vida política, bastando citar Onofre Quinan, José e Amador Abdalla, Sultan Falluh, José Elias Isasc, Benjamin Beze Júnior e outros.

A 20 de dezembro de 1931, os pioneiros fundaram a União Síria de Anápolis. Essa entidade, em muito viria a contribuir para os diversos setores do desenvolvimento anapolino, sobremodo os de assistência social, educacional e cultural. A primeira diretoria era formada pelas seguintes pessoas: professor Jad Salomão, presidente; Anísio Cecílio, vice-presidente; Gabriel Issa, primeiro secretário; Elias Sahium, segundo secretário; Amin Beze, orador; Antônio José, tesoureiro; Zacharias Elias, chanceler.

 

OS JAPONESES EM ANÁPOLIS

 

Os imigrantes japoneses e seus descendentes foram a segunda maior colônia fixada em terras anapolinas. Os primeiros naturais do Japão desembarcaram no Brasil em 1920. Antes de 1930, famílias japonesas se estabeleceram no município. Nessa época, quando Goianápolis ainda era distrito de Anápolis, o Sr. Sakutaro Hamaoka doou um terreno de sua propriedade para a construção de um templo da Igreja Católica naquela localidade.

No ano de 1930, já residia em Anápolis a família Akashi. Em julho de 1949, vinte famílias japonesas residentes em Anápolis fundaram uma entidade que representava a colônia, tendo como primeiro presidente, o Sr. Goroku Matsuura. Essa associação extinguiu-se, seis ou sete anos depois. Na atualidade, existe a Associação Cultural Nipo-Brasileira de Anápolis, fundada em 11 de fevereiro de 1963, tendo como idealizadores, Sakunhshim Fujimori, Hissao Moribaiashi, Keso Hirako e Tsunekichi Ichii, membros da primeira diretoria.

A finalidade da associação incorpora confraternização, intercâmbio cultural, esportes, escola, promoções festivas e outras.

Os imigrantes japoneses e seus descendentes exercem em Anápolis uma influência social, cultural e educacional de elevado teor. Ao lado do pioneiro Sakutaro Hamaoka, as primeiras famílias a se radicarem ao município representando a colônia nipônica tiveram como líderes Katsumi Mito, Mitio Ianaguti, Toiti Hashigoshi, Takeshi Maeda, Hisao Moribaiashi, Tsunekishi Ichil, Koso Miki, Goroku Matsuura.

Em 1948, já estavam morando em Anápolis, provenientes de outros municípios próximos, como Ceres e Nerópolis, as famílias Sakai, Uamaguchi, Iwamoto, Hashigoshi, Nakao e Maeda.

 

CENSO DEMOGRÁFICO E POPULAÇÃO

 

Os dados referentes ao censo demográfico de Anápolis em 1980 davam um total de 426 estrangeiros no município, sendo:

Alemães ocidentais: 14: 3 homens/11 mulheres

Alemães orientais: 4: do sexo masculino

Bolivianos: 8: 3 homens/5 mulheres

Espanhóis: 28: 12 homens/16 mulheres

Italianos: 15: 12 homens/ 3 mulheres Japoneses: 57: 31 homens/26 mulheres

Libaneses: 101: 60 homens/44 mulheres

Norte-Americanos: 23: 9 homens/14 mulheres

Poloneses: 04: somente mulheres

Portugueses 37: 19 homens/18 mulheres

Russos: 08: 4 homens/4 mulheres

Sírios: 39:18 homens/21 mulheres

Uruguaios: 3: somente homens

Outros: 45: 30 homens/15 mulheres

Sem declaração: 40: 20 homens/ 20 mulheres

 

No censo de 2010, o IBGE apresentou o perfil da população de Anápolis, colocada como a 3ª cidade mais populosa de Goiás, conforme edição do jornal O Contexto, onde o Diretor Vander Lúcio noticiava no dia 04 de dezembro daquele ano o seguinte:

Em 2010, de acordo com o IBGE, a população do município era de 335.032 habitantes e, com isso, mantinha a terceira colocação no ranking das cidades mais populosas de Goiás, ficando atrás de Aparecida de Goiânia (455.735 habitantes) e da capital, Goiânia, cuja população registrada pelo censo é de 1.301.892 habitantes.

 

Tinha população feminina predominante, cujo censo revelava que em 44 do total de 246 municípios, a população feminina era predominante, sendo que as maiores concentrações de mulheres em relação ao total da população estão em Goiânia (52,31%), Valparaíso de Goiás (51,40%) e Anápolis (51,21%). Já a cidade de Baliza é a que concentra maior percentual de população masculina no Estado, com 55,01%, como comentou o jornalista Vander Lúcio.

Já em 2016, a população de Anápolis foi estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 370.875 habitantes.

 

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

 

Anápolis conta com um Consulado Geral Honorário da República Árabe da Síria como representação diplomática estrangeira, fundado em 30/08/2012. Fica na Av. JK, nº 1720, CEP 75.110-390.

Também, em Anápolis, está um Consulado Honorário da República da Turquia, situado na Avenida Brasil, 495, igualmente como representação diplomática estrangeira.

Suas atividades principais são lidar com organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais, inclusive considerando a quantidade de patrícios de origem.

 

[Continua na próxima postagem, com a publicação do Capítulo V

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